sábado, 26 de novembro de 2016

Uma experiência integrativa

Legenda: Marco Antônio, Acary Souza, Paula (eu), Dayita e Sissy Fontes


No dia 5 de novembro de 2016, tive a grata oportunidade de apresentar o estudo Exercício Intuitivo: uma abordagem integrativa desenvolvido na especialização em Teorias e Técnicas para Cuidados Integrativos do departamento de neurologia da Universidade Federal de São Paulo. O arrazoado teórico teve a orientação da Profa. Esp. Cíntia Bloise Hochmüller (Ma Gyan Dayita), co-orientação da Profa. Dra. Sissy Fontes e aprovado pela banca formada pelos ilustres professores Marco Antonio Ferreira Alves e Dr. Acary Souza.

Para mim, essa especialização foi uma ressignifcação de muitas teorias e crenças nos campos pessoal e profissional. Reconstruí o meu jeito de ser, a lida comigo mesma, com meu marido, meu filho, meus pais, familiares, amigos pessoais, de trabalho, alunos, enfim, com todos. Ressignifiquei a minha compreensão sobre a arte e a minha espiritualidade. Aprendi a me valorizar, reconhecendo toda a minha história, resgatei a minha ancestralidade e honrei as minhas gerações anteriores. Eu me assumi como uma eterna aprendiz!

Comecei a sentir o meu corpo de um novo lugar e a validar as minhas intuições, que sempre existiram, mas que eu nem sempre acreditava. Foi um resgate das minha origens e apropriação do meu ser. Sinto-me muito feliz, honrada e grata por ter me permitido mergulhar nos Cuidados Integrativos.

Foi uma experiência única, especial e valiosa que me tornou uma pessoa renovada e integrada com a minha essência. Também reconheci o quão especial é cada minuto da vida, e tenho aproveitado ao máximo o meu tempo dando atenção com mais qualidade ao que sinto, escuto, observo e faço.

Significou também um lindo encontro com a minha essência na Meditação Ativa. Ingressei no curso com a intenção de descobrir qual seria o meu “dom” dentre a diversidade de teorias e técnicas nas quais eu teria contato. Assim recebi a meditação ativa como um presente... e foi no dia em que assisti apresentação da pesquisa da Dayita, que me dei conta desse reencontro. Foi e é tudo muito especial dentro desse campo.

E por fim, aprendi que somos merecedores de muita prosperidade. Acredito que esse foi o ensinamento mais difícil de me apropriar, pois era uma crença muito enraizada, que necessita inclusive de vigilância e cuidado para me manter perceptiva e próxima à fonte que jorra bem-estar pleno no nosso ser.

Gratidão e honra por todo o percurso trilhado nos Cuidados Integrativos. A saudade que sinto de toda essa vivência me permite revisitar e cuidar das minhas atitudes e comportamentos, relembrando tudo o que aprendi com alegria e suavidade.

E assim floresce o exercício intuitivo integrativo. Uma abordagem que nos convida a desfrutar do nosso corpo intuitivo praticando o exercício físico que permite você plenamente SER!

domingo, 23 de outubro de 2016

Exercício intuitivo é prevenção!



O exercício intuitivo surge para fazer oposição ao exercício chamado pela literatura científica como disfuncional. Praticar exercícios na nossa sociedade é sinônimo de ser saudável. No entanto, quando o exercício é associado a uma mentalidade de dieta + extrema insatisfação corporal, o exercício é motivado, muitas vezes, por pensamentos intrusivos, neuras, feito com obrigação, para queimar calorias, e aliviar a culpa de uma "permissão alimentar. Exercício disfuncional significa praticar exercícios de forma excessiva, compulsiva, obrigatória e patológica, logo, está longe de ser uma prática plenamente saudável.

É comum as pessoas (e os profissionais de saúde) não encararem essa atitude em relação ao exercício como um problema. Porém, esse caminho pode ser perigoso e deve ser encarado como um sinal de alerta para uma ação preventiva.

Vale ressaltar que esse comportamento é diferente de uma prática classificada como dependência ao exercício. Pesquisadores sugerem que seja excluído o risco para transtornos alimentares de quadros de dependência ao exercício (dependence exercise e/ou addicted exercise). Nem sempre a prática disfuncional de exercício está ligada a um transtorno alimentar. Há estudos mostrando que algumas pessoas podem se tornar "viciadas" pelo exercício devido a ação de neurohormônios no eixo hipotalâmico-hipofisário (atuando em glândulas endócrinas importantíssimas para o nosso organismo). As pesquisas estão avançando para um consenso, mas nada oficialmente formalizado por organizações de saúde internacionais, ainda há muito para ser estudado nesse campo. 

O exercício intuitivo é uma abordagem preventiva, com foco na saúde e não na doença. É um convite para a gente refletir a respeito da prática de exercícios e poder usufruir plenamente de todos os benefícios que a prática regular e adequada desperta na nossa saúde.

Algumas sugestões de artigos científicos para saber mais:

Hausenblas, H. A. & Downs, D. S. (2002). How much is too much? The development and validation of the exercise dependence scale. Psychology & Health, 17(4), 387-404. 

Hausenblas, H. A., Cook, B. J. & Chittester, N. I. (2008). Can exercise treat eating disorders? Exercise and sport sciences reviews, 36(1), 43-47.

Todos os artigos da equipe norueguesa referência no assunto: Sundgot-Borgen e Bratland-Sanda.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Exercício Intuitivo com atletas? Será?




Sim, é totalmente possível!

Essa imagem retrata a diversidade corporal dos atletas. É impressionante a variação de alturas, pesos, formatos e proporções corporais de cada modalidade esportiva. Nesse sentido, o esporte é para todos! Todos os biotipos corporais se encaixam em algum esporte, afinal de contas, existem centenas de modalidades esportivas (apesar de pouco mais de 30 serem olímpicas). O problema começa no momento em que um determinado corpo tenta se encaixar num esporte que exige um biotipo diferente.

Por exemplo, uma pessoa com alta estatura querer praticar ginástica artística. O corpo de baixa estatura se destaca com mais facilidade nas acrobacias e movimentos exigidos no alto rendimento. Sendo assim, atletas altas que praticam essa modalidade, raramente aparecem na mídia pois, não se destacam tanto em competições internacionais.

Ainda usando o exemplo da ginástica artística, existe a crença de que sua prática torna os atletas baixos; assim como a natação torna os ombros dos atletas muito largos, e por aí vai... Essas crenças são mitos. O esporte seleciona naturalmente as pessoas que possuem formatos corporais que se encaixam com os movimentos exigidos pela modalidade. Isso significa que, quando o corpo casa com a modalidade apropriada ao seu formato, há uma fluência natural e o rendimento do atleta, aliado a um bom suporte de treinamento e apoio financeiro, transformam-se em destaques internacionais.

Mas, infelizmente, nem sempre esse casamento - formato corporal (biotipo) e modalidade esportiva - acontece de maneira feliz. Por motivos variados, é comum uma pessoa optar por praticar um esporte que exige mais do que o seu corpo suporta, ou ainda, a modalidade seleciona um biotipo que não condiz com o do atleta. E aí, muitos problemas começam a surgir, devido ao esforço excessivo que o atleta se sujeita. E então, o atleta adota comportamentos perigosos para a sua saúde, que quando associados a uma genética suscetível a doenças, resulta em consequências graves, como transtornos alimentares, depressão, problemas ósseos, musculares, articulares e hormonais.

O exercício intuitivo incentiva a experimentação de um maior numero possível de movimentos, habilidades motoras e esportes. Quanto mais o corpo sentir a grande variedade de movimentos possíveis, maior a chance de encontrar o esporte ideal, que condiz com seu biotipo.

A consequência de um casamento entre esporte e biotipo adequado resulta em engajamento, bem-estar, fluidez, satisfação, prazer, rendimento, realização, superação, conquistas, felicidade e, especialmente, a integração mente e corpo, além de acessar a conexão com a sua essência!








sábado, 25 de junho de 2016

Por que um exercício intuitivo?





O exercício intuitivo surgiu por conta do grande numero de pessoas que buscam o exercício apenas como um meio de compensação alimentar. É muito comum as pessoas escolherem um plano de exercício baseado apenas na quantidade de calorias que serão queimadas. E isso aumenta muito as chances de tornar o momento do exercício uma obrigação, uma chatice, um desprazer.

Quando você decide fazer um exercício por causa das calorias, é muito fácil desistir, não engajar, e pior... criar uma aversão pelo exercício.

A empolgação inicial até faz com que você feche um plano extenso, de vários meses, mas... você vai conseguir ir uns dois meses e olhe lá... Com isso vem também a frustração, ou seja, mais uma coisa negativa que dificulta a conquista de uma relação prazerosa com o exercício.

A busca por prazer no exercício dá trabalho como tudo na vida. Porém, é um trabalho muito bacana! Você precisa apenas adotar uma ação simples: se permitir!

Permita-se experimentar diferentes atividades, modalidades, aulas, esportes, professores, abordagens, enfim... permita-se variar, diversificar e pesquisar tudo o que existe.

Vai ter uma hora que você vai sentir um calor interior, uma fluidez, uma alegria, uma satisfação, um prazer, um estado em que parece que todo seu corpo está se reenergizando e funcionando a todo vapor, uma conexão entre corpo, mente e essência. A sua essência!

Quando isso acontecer você terá encontrado algo muito especial: você mesmo! Sim, porque praticar um exercício que te alegra e te dá prazer é estar conectado consigo mesmo, é estar envolvido num encontro com você, e só você importa nesse momento.

Esse benefício ninguém poderá conquistar por você. Só você, se permitindo experimentar poderá se religar com a sua intuição!

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Padrão de Beleza






É interessante observar a associação que existe entre ser magro e ser bonito. As pessoas estão muito preocupadas com a aparência e tão aceleradas... tão afoitas em fazer, produzir e agir que não estão dedicando tempo para dar uma pausa e olhar nos olhos enquanto conversam e perceber o colorido que existe dentro de cada um.

"Os olhos são a janela da alma (bem disse Edgar Allan Poe) 
[..]são também as vitrines do coração (complementou Lidi Rubira)"

No trabalho com pacientes com transtornos alimentares tem um exemplo muito utilizado pela equipe de nutrição sobre o poder que a imagem tem sobre nós. Você ao se deparar com uma foto de um hambúrguer (por exemplo) provavelmente sentirá vontade de comê-lo (se estiver com fome então... nem se fale) afinal de contas, os ingredientes estão perfeitamente colocados um em cima do outro, com uma coloração vistosa, de encher os olhos... Você vai e compra, mas quando abre a caixinha vê que a imagem não está exatamente igual ao produto. De repente você se vê por um momento pensando que não era bem isso que você esperava, mas... Já que pagou, não vai jogar fora né.

Podemos fazer uma analogia com o corpo. Estamos vivendo um momento em que o corpo se tornou uma mercadoria. A busca por uma aparência perfeita e magra é um mercado muito lucrativo. Esse mercado abrange desde o creme para a pele, passa pelos alimentos que você escolhe para comer e vai até as academias que querem te ajudar a esculpir o corpo e "de quebra" te trazer saúde. Já discutimos um pouquinho sobre o que é saúde em outro post (veja aqui).

As vezes, no seu ponto de vista, a aparência de uma pessoa pode não estar dentro do seu critério de beleza. No entanto, na medida em que você se permite conhecê-la e enxergar o que está através dos olhos, você pode se surpreender e ter contato com uma beleza interior. Em outras palavras, julgar pela aparência não propicia um contato com a essência do ser humano. É no dia-a-dia, na atitude, no gesto, na lida diária que as pessoas vão revelando suas belezas.

A mensagem principal desse post é que fazer exercícios físicos para cuidar do corpo é importante. Porém, se o seu foco for única e exclusivamente o estético (atributos físicos, peso corporal, medidas e por aí vai...) sem integrar a mente, você estará se afastando da sua essência. Sua busca realmente será exaustiva e sua insatisfação cada vez maior.

O convite é refletir sobre o tempo dedicado para o exercício não apenas como uma ginástica de músculos, e sim aproveita-lo com uma oportunidade de integração de corpo + mente + essência.
Aos poucos vamos desenvolver mais a abordagem para conquistarmos juntos essa oportunidade tão especial.







domingo, 27 de março de 2016

Intuitivo... como assim?

  versus 


Minhas postagens estão com um intervalo de algumas semanas... e isso tem uma razão. Vivemos na era tecnológica e somos inundados diariamente por dezenas de informações de diferentes canais (TV, celular, computador).


Por meio da sincronização das informações podemos receber as notificações de email, Facebook e etc... no celular, tablet e desktop, basta você estar com seu login ativado. Os sistemas operacionais são desenvolvidos para nos auxiliar a produzir mais num menor intervalo de tempo.

Aquela informação que você viu há um minuto, já está lá no final da lista de notificações porque no minuto seguinte chegaram outras mais. Por isso, a minha percepção é que a postagem que faço necessita de um intervalo antes que ela seja ocupada pela próxima. Cada post necessita de um tempo de propagação, reverberação, "metabolização", introjeção, aceitação (ou não) para daí sim um novo post ser publicado e você ser notificado.

Essa percepção da realidade está relacionada com a intuição. A intuição é uma qualidade que todos nós temos, nascemos com ela, por isso, está ao alcance de todos. A intuição sempre nos orienta para o caminho certo, é a linguagem da nossa essência.

Você já deve ter notado que os sistemas operacionais estão cada vez mais intuitivos.... afinal de contas eles são desenvolvidos por e para seres humanos. É interessante observar que algumas pessoas percebem o quanto seus aparelhos eletrônicos correspondem boa parte de suas expectativas e, em contrapartida, não percebem o quanto o seu corpo também é um "aparelho" super eficaz.

O corpo humano é composto por milhares de células sendo que cada uma é um organismo vivo. Cada célula tem uma inteligência própria e funciona intuitivamente, sem você precisar pensar a respeito. Nosso cérebro tem um sistema operacional mega eficaz que comanda um corpo capaz de se adaptar a qualquer situação.

É comum subutilizarmos os aparelhos eletrônicos por não conseguirmos acompanhar a evolução de todas as funções. Assim também é o nosso corpo, subutilizamos ele por não escuta-lo, por não desenvolvê-lo, por não ter um diálogo com atenção plena com ele. Os aparelhos estão em constante renovação e atualização, são praticamente descartáveis, podemos comprar um melhor a qualquer momento se necessário. Nosso corpo é único, outro igual não existe. Nosso corpo é tudo o que temos desde que nascemos, de graça, sem nenhuma parcela a pagar.

A questão é que estamos muito ocupados produzindo conhecimento, tecnologia e desenvolvendo nosso intelecto. E não estamos dedicando tempo para conversar com nosso corpo, prestar atenção ao que ele está falando e nos conectar com a nossa essência. Estamos dedicando muito tempo plugados em mídias sociais, informação, trabalho e produção.

As vezes é necessário o corpo adoecer para você parar e dar o tempo que ele tanto pediu e você não escutou. O corpo é muito sábio. Está aí a importância de refletir sobre como você cuida do seu corpo. A fluidez da conexão mente e corpo está comprometida pela rotina acelerada do mundo tecnológico. Uma pausa se faz necessária para você dialogar com o seu corpo e restabelecer sua conectividade com a mente.


Falaremos mais em breve!

Livros-referências desse post:
Osho. Intuição. O saber além da lógica. 2014.
Ricardo José de Almeida Leme. Saúde é consciência. 2012.

sábado, 5 de março de 2016

O que é saúde?

Resultado de imagem para what is health





Tive a oportunidade de trabalhar num projeto de prevenção de transtornos alimentares em escolas públicas na capital de São Paulo. Foi um projeto lindo de uma amiga nutricionista que admiro muito! Um dos nossos objetivos era aumentar o nível de atividade física de meninas adolescentes e isso foi um grande desafio!

Foi super interessante entrar em contato com o mundo delas, aprendi demais, tanto exemplos bacanas quanto preocupantes. A parte bacana foi a super troca de experiências que tivemos, o carinho que recebi, a alegria de estar junto ao vivenciar uma brincadeira nova a cada dia e o quanto elas gostavam de partilhar suas descobertas.

Preocupação com tamanho do corpo cada vez mais cedo.

Quanto a parte preocupante... Para mim, especialmente, foi ver o quanto a pauta SAÚDE está desconectada do mundo da educação. Um dos temas que discuti com as alunas foi "o que é saúde para você?". E algumas alunas associaram saúde com magreza. Talvez você não enxergue a proporção desse problema. E uma das razões disso se deve ao fato de sermos influenciados pela mídia a acreditar que o segredo para se ter saúde é ser magro.

Exemplo de manipulação da mídia. Campanha Dove Real Beleza.
E o que é ser magro?

Aí está o problema maior, porque vi alunas que acreditam que corpos com tamanhos de peso corporal classificados como anorexia são saudáveis. Em outras palavras, o que é considerado peso saudável para a Organização Mundial da Saúde, para elas significava já estar acima do peso!

E o que isso tem a ver com saúde e atividade física? Para mim tudo. Ao invés de desenvolver um trabalho de aumento do nível de atividade física, tive que dar um passo para trás (aliás vários passos) e tentar transformar o significado (re-significar) os conceitos de saúde, atividade física e exercício. Afinal, como eu poderia fazer as alunas se exercitarem, se isso significava uma obrigação para queimar calorias? Pensar assim, tornava a atividade física muito chata.

A meu ver, isso é um dado muito sério. Se é na escola que esperamos desenvolver os formadores de opinião do futuro, os pesquisadores do futuro, os cuidadores e educadores do futuro, como podemos negligenciar tanto a discussão sobre saúde do ambiente escolar. Essa é uma questão de saúde pública. Já sabemos o quanto é mais econômico e fácil prevenir do que remediar.

Estou tentando fazer a minha parte e convido você a fazer a sua também. Esperar que alguém tome a atitude e faça algo por nós é ilusão. Nós somos o governo. Se cada um fizer um pouquinho, juntos seremos mais.


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Infográfico sobre os fatores que contribuem para a saúde num ambiente escolar:
Relações e ambiente, políticas públicas, ensinar e aprender, parcerias com a comunidade, limpeza e segurança, lideranças estudantis, fazer escolhas alimentares, trabalhar em equipe, atitude positiva para a saúde mental, estilo de vida ativo, práticas saudáveis, alimentação saudável, relações saudáveis, movimento/ atividade física, ir pra ação, envolver toda escola, um estudante aprende com o outro, e a importância do respeito.
Sam Bradd ilustrador. http://drawingchange.com/

Agradeço a Profa. Dra. Karin Louise Dunker pela oportunidade de ter feito parte do seu projeto de pós-doc. Obrigada Karin!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Qual o objetivo do seu exercício?


Na maioria das vezes, a resposta dessa pergunta é emagrecer! E não há nada de errado em praticar exercícios para auxiliar na manutenção do peso corporal, aliás é uma alternativa muito saudável, desde que sejam respeitadas as doses de quantidade e intensidade do seu treino, além dos sinais do seu corpo.

A questão que levanto para nossa reflexão é a motivação principal que faz as pessoas praticarem exercícios.

O desejo de ser magro leva muitas pessoas a praticarem exercício apenas por obrigação. É muito comum encontrar alguém treinando na academia porque se sente na obrigação de queimar as calorias de alimentos "proibidos" ingeridos no final de semana, ou ainda, porque precisa manter o peso da balança igual ou menor.

É interessante observar que, em geral, o publico que se exercita com essa intenção não está feliz com seu corpo. A busca pela magreza faz com que muitos escolham exercícios que promovam maiores gastos calóricos. Por essa razão, é comum ter alunos praticando modalidades que eles não gostam, não sentem prazer, acham chato e até sofrem por antecipação, chegam "se arrastando" para fazer aula, mas... como emagrece... então, acreditam que o sacrifício será válido. Será mesmo?

Já parou para pensar que se você curtisse e gostasse muito de praticar exercícios, as chances de você se engajar e torná-lo um hábito duradouro na sua vida seriam muito maiores?

Então, pense no seu bem-estar agora! Pense o quanto seria gostoso você estar se exercitando porque é um momento legal e divertido (sem torturas ou "sofrência"), que te deixe feliz, num ambiente bacana, descontraído, em que você se sinta acolhido (e não pressionado a alcançar um tamanho padrão).

Você é um ser especial e seu corpo é único, merece muito amor, zelo e respeito. Movimente seu corpo com alegria, permita-se deixar as obrigações longe desse momento de cuidado com você mesmo! Exercite-se por prazer!


terça-feira, 19 de janeiro de 2016

O que é exercício intuitivo?


Escrito por Paula Costa Teixeira

A minha pesquisa sobre o assunto começou depois de um convite para escrever um capítulo para o livro Nutrição Comportamental. O despertar pela busca do termo exercício intuitivo foi inspirado no conceito de Intuitive Eating criado pelas nutricionistas Evelyn Tribole e Elyse Resch. Traduzido como comer intuitivo, o conceito envolve dez princípios com objetivo de afinar a integração entre a comida, a mente e o corpo.

Nesse sentido, busquei algo semelhante porém voltado para o exercício físico. Meu primeiro achado foi um artigo de 2003 de uma revista chamada Hope and Healing. É uma publicação de um centro de tratamento para transtornos alimentares dos Estados Unidos, no qual os profissionais Nancy Heiber e Michael Berrett propõem uma reflexão sobre a prática de um exercício intuitivo.
De acordo com os autores, pessoas que sofrem de algum tipo de transtorno alimentar estão mais suscetíveis a praticar exercícios de maneira compulsiva, o que prejudica a saude física, mental e espiritual. A prática do exercício intuitivo poderia melhorar a qualidade de vida e trazer bem-estar.

O exercício intuitivo trata-se de uma atitude perante a si próprio sobre o exercício que está sendo praticado. Quando você está com a mente integrada ao corpo durante o seu momento de exercício, isto é, quando você está presente, com atenção plena voltada para a atividade que seu corpo está desenvolvendo, você será capaz de sentir se seu corpo e dosar sabiamente a quantidade.

E essa quantidade refere-se tanto ao tempo de duração da sua atividade quanto à intensidade do seu esforço. Por exemplo, se você tem o hábito de praticar corrida e está integrado (mente e corpo), conectado consigo próprio, você sentirá o seu nível de disposição e poderá escolher se naquele momento está apto a correr ou a fazer apenas uma caminhada. E mesmo se decidir correr, entender o quanto conseguirá dar conta naquele dia, ou seja, se programou correr 30 minutos, fique atento aos sinais do seu corpo para escolher e avaliar se é possível conseguir completar a meta, fazer um pouco mais ou praticar menos tempo e deixar a meta para um outro dia que estiver com maior disposição.

Portanto, o exercício intuitivo não é uma modalidade esportiva ou fitness. Trata-se de uma atitude em fazer uma espécie de "consulta" a si mesmo com objetivo de verificar se está
exagerando na quantidade do seu treino porque está obcecado por um objetivo.

Detalharei mais sobre o assunto no próximo post!

Referencias:

Hieber N, Berrett ME. Intuitive exercise. Hope and Healing 2003; 8:7-10.
Teixeira PC et al. Nutrição comportamental e atividade física. In Alvarenga M, et al. Nutrição Comportamental. São Paulo: Manole, 2015; 465-84.
Alvarenga M e Figueiredo M. Comer Intuitivo. In Alvarenga M, et al. Nutrição Comportamental.  São Paulo: Manole, 2015; 237-62.
Tribole E, Resch E. Intuitive Eating: a revolutionary program that works. New York: ST. Martin's Griffin, 2012.

Agradecimentos!
Obrigada a Ana Carolina Pereira Costa por me incentivar e me inspirar.
E obrigada também a Marle Alvarenga por ter dado a orientação que me fez chegar a esse assunto.